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Paulo de Oxalá

Livros sobre Orixás, Rodas de Conversas e Dia de África


Na tarde desta última quarta-feira, 22 de maio, aconteceu na Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro, o lançamento da coleção Lendas e Deuses da África, do autor Maurício Pestana. A coleção conta com uma série de 12 livretos sobre os Orixás: Exu, Ogum, Oxossi, Obaluaiyê, Oxumarê, Yemanjá, Xangô, Oyá, Oxum, Obá, Nanã e Oxalá. O autor conta, em linguagem lúdica, as lendas dos Orixás trazidos pelos antigos africanos que foram fundamentais na formação cultural e social do Brasil.


Durante o lançamento aconteceu uma roda de conversa sobre os crescentes casos de intolerância religiosa em nosso país, em particular, aqui no Rio de Janeiro. Participaram dessa roda, o autor Maurício Pestana, o Babalawô e interlocutor da CCIR (Comissão de Combate à Intolerância Religiosa) Ivanir dos Santos, o ator e ex-BBB Rodrigo França, Elisa Larkin Nascimento do IPEAFRO (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros), a coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Nilza Valéria Z. Nascimento, e o fundador do Projeto Orixás & Pretagogias Maicol Willian.


Maurício disse estar muito feliz em poder apresentar esse trabalho que alcança o ambiente escolar, principalmente, os ensinos fundamental e médio. “Os livros sobre os Orixás estão lindos e chegam num momento em que os relatos sobre intolerância religiosa, chamam a atenção dos estudantes. Estou feliz, pela roda de conversa ter acontecido junto com o lançamento do meu trabalho”. Maurício ainda enalteceu a participação do Babalawô Ivanir, incansável na luta contra a intolerância religiosa e de todos os participantes.


"Outra coisa que me chamou muita atenção, foi a força da juventude negra que está ‘atenta’ sobre a questão da religiosidade africana", completa Maurício Pestana.

Rodrigo França, de forma objetiva alertou quanto à educação étnico racial nas escolas, como uma forma de superar essas dificuldades. Elisa Larkin fez um relato histórico da luta de Abdias Nascimento e a sua importância para o movimento negro no Brasil.

Já Maicol Willian ressaltou a necessidade de ações efetivas: "Espero retornar ao Rio, à essa discussão porque acho que o que ficou muito claro para todos nós, que só a união da academia, da juventude, artista, escritores, ativistas como eu, em uma frente muito mais ampla vai pode combater o racismo e a intolerância religiosa em nosso país".


À noite, foi realizada outra roda de conversa no IFCS-Instituto de Filosofia e Ciências Sociais no Largo São Francisco de Paula, Centro do Rio, falando sobre o ‘Dia de África’, que será comemorado neste sábado, 25 de maio.


Participaram dessa roda: Babalawô Ivanir, Prof. Jacques D’Adesky (UFF), Prof Mariana Gino (PPGHC/UFRJ), Prof. Éle Semog (CEAP) e Prof. Mestra Marize Conceição (PPGHS -FFP/UFRJ).


O evento foi aberto ao público, com o objetivo de levar à reflexão, sobre a desmistificação das ideias racistas e preconceituosas, que ainda existem no continente africano, e relatar a experiência da delegação de intelectuais negros e religiosos de matriz africana que ficaram um mês, entre a Nigéria e Burkina Faso.


"Acredito que é um passo muito importante ao marcarmos a importância da data e também pontuar a experiência afro-brasileira em um país africano que não está ligado à cultura yorubana e também não é lusofono", afirmou Ivanir dos Santos.


"Para nós, professores negros, a África sempre será um ponto de encontro e reconstruções das nossa subjetividade", finaliza Mariana Gino.


Ìbùkún Ìyá Afrika ìtẹ́ ènìyàn! (A benção Mãe África, berço da civilização!)


Axé!


Fonte e fotos: Rozangela Silva






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