Vela, símbolo de fé e fogo consagrado aos Orixás
O costume de acender velas para os Orixás remonta ao tempo em que o fogo também era usado como oferenda às divindades.
O fogo simboliza a vida, o renascimento e a renovação. Os povos antigos utilizavam o fogo e, consequentemente, a fumaça como meio de comunicação com os espíritos.
Na África, o fogo surgiu a 5mil aC, na antiga aldeia Mwanga, região do Klimanjaro, um antigo vulcão coberto de neve, que fica em uma planície circundada por florestas.
Os nativos Mwanga eram exímios caçadores e usavam o fogo para encurralar suas presas e para aquece-los em noites frias.
Na África Centro-Ocidental, que acomodam as etnias guineo-sudaneses e bantus, o fogo chegou a 3mil aC já sendo usado para cozinhar os alimentos em fogueiras e iluminar as noites.
Na Nigéria, em Ondó e no antigo povoado de Kétu, o Iná (fogo) passou a ser usado para clarear os Ilé Irúnmọlẹ̀-Òrìṣà (casa ou templo das divindades). Os yorubás usavam o Epo ẹwéko (azeite vegetal) em pequenos potes de barro também chamados de Àfọwọ́kọ́ (candeeiro-lampião).
Aqui no Brasil, os antigos africanos passaram a chamar os candeeiros ou lamparinas de Àtùpà. Essas lamparinas em nosso país eram àa base de óleo animal, que foram substituídas a partir de 1830, pelas velas de parafina.
O fato é que a Iná (fogo) da vela, é um Ẹbọ (oferenda) que cria através da luz, um elo espiritual com o mímọ́ (sagrado), simbolizando a grande força e presença do Òrìṣà.
Ábéẹ́là àmì kan ìgbàgbọ́! (Vela, um símbolo de fé!)
Axé!