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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Hoje é dia de Nanã, a nossa avó espiritual





Foto: Nanã e Rosa Magalhães - Pai Paulo de Oxalá e divulgação web

 

Professora Rosa Magalhães parte na véspera do Dia de Nanã

 

Nanã, a venerada matriarca dos Orixás, possui um papel fundamental na vida dos homens. Segundo um mito yorubá, foi ela quem forneceu a Oxalá o barro para a criação da humanidade, o que esclarece a nossa ligação com a terra. Esse nosso vínculo com Nanã, através do barro, nos conecta à sua sabedoria ancestral e a coloca como uma figura maternal que nos promove conhecimento e proteção.

 

A avó de todos nós

 

Nanã é um elo vital entre o passado e o presente, assegurando a continuidade das tradições e oferecendo orientação e cuidado para as gerações futuras. Sua presença é uma garantia de sabedoria e proteção, e ela é venerada como a avó de todos nós. Quando pensamos em uma avó, imaginamos uma senhora sábia que nos orienta com conselhos valiosos. Da mesma forma, Nanã é a figura maternal que nos envolve com cuidados e proteção. Sua imagem evoca segurança e conforto. Os devotos veem em Nanã uma fonte incondicional de apoio, buscando sua presença reconfortante em momentos de angústia e incerteza.

 

A valorização da vida e a compreensão do fim

 

Nanã nos ensina a valorizar a vida e a entender o seu fim. Ela é ligada à morte e à transformação, pois realiza o retorno do corpo à terra. Sua presença como divindade é fundamental para que valorizemos a vida e compreendamos o seu término como uma parte natural da jornada do espírito neste plano, não como um desaparecimento total, mas como uma transição para uma nova fase. No momento de fragilidade emocional por uma perda de alguém querido, é Nanã que nos concede serenidade e conforto, esclarecendo-nos, através da fé, que o espírito, ao sair do corpo, fica sob o amparo de Olódùmarè (Deus).

Saluba!

 

Professora Rosa Magalhães parte na véspera do Dia de Nanã


Carnavalesca era líder de títulos no Sambódromo


A despedida da Professora Rosa Magalhães na véspera do dia de Nanã carrega um simbolismo profundo e tocante, ligando sua trajetória de vida à ancestralidade e sabedoria do Orixá da sapiência.

Rosa Magalhães, renomada por sua contribuição às artes, especialmente no universo do carnaval, partiu em um momento que, de maneira quase poética, realça a importância de sua obra e legado.

 

Nanã, conhecida como uma das mais antiga das divindades, é a guardiã da sabedoria ancestral e das águas paradas, aquelas que remetem à reflexão, à profundidade e à conexão com as raízes. A véspera de seu dia é um tempo de preparação e introspecção, um momento de recordar e honrar aqueles que vieram antes de nós, trazendo à tona a memória e a tradição.

 

Rosa Magalhães dedicou sua vida a transformar o carnaval em uma expressão artística rica e profunda, imbuída de história e cultura. Suas criações eram mais do que desfiles; eram narrativas visuais que educavam e encantavam, conectando o presente ao passado de forma vibrante e respeitosa. Sua sabedoria como professora e artista reflete a essência de Nanã, cuja influência é sentida nas águas serenas e no barro da criação.

 

A partida de Rosa Magalhães na véspera do dia de Nanã parece quase um ato simbólico, como se ela estivesse se preparando para juntar-se ao círculo dos ancestrais, levando consigo toda a sabedoria e amor que compartilhou ao longo de sua vida. Nanã, em sua serenidade e majestade, acolhe aqueles que retornam à terra, honrando suas contribuições e preservando suas memórias.

 

Esse momento de transição, onde a arte de Rosa encontra a espiritualidade de Nanã, nos convida a refletir sobre a importância de celebrar e preservar o legado daqueles que dedicaram suas vidas à cultura e ao conhecimento. Rosa Magalhães, com seu talento e dedicação, e Nanã, com sua ancestralidade e sabedoria, juntas nos lembram da beleza e profundidade da nossa herança cultural.

 

Assim, na véspera do dia de Nanã, nos despedimos de Rosa Magalhães, agradecidos por sua vida e obra. Seu espírito criativo e ensinamentos permanecerão vivos, inspirando futuras gerações, tal como as águas e o barro de Nanã, que continuam a moldar e nutrir a nossa história e identidade cultural.


Sendo a carnavalesca com mais títulos no Sambódromo, Rosa faleceu de um infarto na noite desta quinta-feira, aos 77 anos, em sua residência em Copacabana no Rio de Janeiro.

 

 

 

 

 

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