Na 1ª quinta do ano, vamos saudar Ọ̀ṣọ́ọ̀sí, Lógun, Ọ̀sányìn e Ìrókò
Ọ̀ṣọ́ọ̀sí, Lógun, Ọ̀sányìn e Ìrókò - arte Pai Paulo de Oxalá
Divindades mantêm o equilíbrio entre a humanidade e a natureza
Respeitados como divindades das florestas, Ọ̀ṣọ́ọ̀sí, Lógun Ẹ̀dẹ, Ọ̀sányìn e Ìrókò são essenciais no culto dos àwọn Òrìṣà (Orixás), pois além de guardiões dos mistérios ancestrais, eles proporcionam o equilíbrio entre a humanidade e a natureza.
A importância dos Orixás das matas
As matas são mais do que ecossistemas. Elas são moradas sagradas onde as forças vitais se encontram e se renovam. Essas divindades, portanto, não apenas protegem o meio ambiente como também nos ensinam lições valiosas de respeito, sabedoria e harmonia com a natureza. A entrada em uma floresta é, antes de tudo, um ato espiritual. Sem a devida licença e louvação a Ọ̀ṣọ́ọ̀sí, Lógun Ẹ̀dẹ, Ọ̀sányìn e Ìrókò, ninguém deve entrar nesses espaços sagrados.
Ọ̀ṣọ́ọ̀sí: o grande caçador
Ọ̀ṣọ́ọ̀sí é conhecido como o caçador supremo, aquele que nunca erra o alvo. Ele simboliza a inteligência estratégica, a precisão e a abundância. É o responsável pelo alimento que chega às mesas, representando o sustento físico e espiritual da humanidade. Sua ligação com a mata nos lembra que a caça não é apenas um ato de sobrevivência, mas também de respeito e equilíbrio com o meio ambiente. Ọ̀ṣọ́ọ̀sí ainda favorece aqueles que buscam alcançar objetivos com foco e determinação.
Lógun Ẹ̀dẹ, o encantado filho de Ọ̀ṣọ́ọ̀sí e Ọ̀ṣun
Lógun Ẹ̀dẹ, filho de Ọ̀ṣọ́ọ̀sí e de Ọ̀ṣun Iyepọ̀ndá, é um símbolo de talento em dualidade e harmonia. Ele herda de seu pai a habilidade na caça e, de sua mãe, os encantos e a sensibilidade das águas doces. Com o axé da floresta e do rio, Lógun Ẹ̀dẹ representa a conexão entre os recursos naturais que nos alimentam e nos encantam. Ele é uma divindade que equilibra força e beleza, demonstrando que a natureza é ao mesmo tempo sensível e poderosa.
Ọ̀sányìn: o senhor dos segredos das folhas
Ọ̀sányìn é a divindade das folhas, o detentor de todo o conhecimento sobre as ervas e suas propriedades medicinais e espirituais. Sem ele, não há cura, não há axé. Ele é o guardião das folhas que curam o corpo e fortalecem o espírito, sendo essencial nos rituais de purificação, consagração e proteção. Ọ̀sányìn nos ensina que a natureza é uma verdadeira farmácia divina, oferecendo-nos recursos para curar não apenas doenças físicas, mas também os males emocionais e espirituais. Sem Ọ̀sányìn, não existiria iniciação e culto aos Orixás.
Ìrókò: o senhor da longevidade
Ìrókò é a divindade das grandes árvores, especialmente aquelas centenárias, que se tornam testemunhas vivas da história. Ele é o protetor das árvores sagradas, muitas vezes vistas como portais entre o mundo humano e o divino. Sua força está na longevidade, na estabilidade e na proteção. Para as comunidades que cultuam os Orixás, as árvores regidas por Ìrókò são símbolos de resistência e sabedoria. Ao cultuá-las, sentimos a energia da vida pulsando, um lembrete de que a natureza é nosso maior legado.
Conexão com o nosso dia a dia
Esses Orixás não estão apenas nas florestas distantes. Eles se manifestam no cotidiano de diversas formas: no alimento que consumimos, nas plantas que curam nossas enfermidades, na sombra acolhedora de uma grande árvore e na energia vibrante da natureza ao nosso redor.
Eles nos lembram que o respeito ao meio ambiente é mais do que uma questão ecológica; é um ato espiritual. Ao nos conectarmos com Ọ̀ṣọ́ọ̀sí, Lógun Ẹ̀dẹ, Ọ̀sányìn e Ìrókò, aprendemos a valorizar os recursos naturais, a buscar equilíbrio em nossas vidas e a viver em harmonia com o planeta.
Por isso, os Orixás das matas continuam sendo uma inspiração poderosa, tanto no culto as divindades africanas quanto em nossa relação com a natureza e com nós mesmos.
Láàye àwọn Òrìṣà àwọn olúwa ti isedá! (Viva os Orixás, os senhores da natureza!)
Axé para todos!
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