top of page
Buscar

Semana de Ogum e São Jorge, os guerreiros da fé

  • Foto do escritor: Paulo de Oxalá
    Paulo de Oxalá
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

Foto: Ògún e São Jorge juntos na fé – Pai Paulo de Oxalá


Orixá e Santo são venerados de norte a sul do país

 

Quando abril se aproxima do dia 23, o coração de milhares de brasileiros pulsa mais forte. É tempo de celebrar Ogum e São Jorge — dois nomes, dois universos simbólicos, duas tradições distintas que, em solo brasileiro, caminham lado a lado com fé, espada e esperança, cultuadas de norte a sul.

 

Ogum é Orixá. São Jorge é Santo. O primeiro, vindo do continente africano, é um dos mais importantes guerreiros do panteão yorubá. O segundo, nascido na região da Capadócia, atual Turquia, tornou-se um dos mártires mais venerados do cristianismo. E, embora tenham origens e contextos diferentes, ambos simbolizam a força que não se rende, a coragem que não recua e a proteção daqueles que lutam com dignidade.

 

Na tradição do Candomblé, Ogum é o desbravador dos caminhos, senhor do ferro, da tecnologia e da agricultura. Conta-se que, após libertar a cidade de Ìrè de um ataque inimigo, foi aclamado como rei e, mais tarde, elevado à condição de Orixá. É ele quem abre as estradas e fornece as ferramentas da sobrevivência — literalmente e espiritualmente.

 

São Jorge, por sua vez, tornou-se símbolo de resistência ao enfrentar um dragão que aterrorizava os habitantes de Silena, na Líbia. Montado em seu cavalo branco, com a lança em punho, o santo guerreiro tornou-se patrono dos soldados e escudo dos injustiçados — sobretudo entre os pobres e oprimidos.

 

No Brasil, a relação entre Ogum e São Jorge vai além da semelhança simbólica. Por conta da colonização portuguesa e do sincretismo religioso forçado, São Jorge passou a ser associado a Ogum nos calendários e nas orações de muitos fiéis. Hoje, em comunidades de fé afro-brasileira, é comum ver imagens do santo cristão nos altares de Ogum — não como substituição, mas como espelho de uma fé que se adaptou para resistir.

 

As cores também falam por si. No Candomblé, Ogum veste azul-marinho e branco, representando sua firmeza e clareza nas decisões. Já na Umbanda, ele aparece em vermelho, branco e, às vezes, verde — cores que vibram atitude, ação e movimento. Curiosamente, o vermelho e branco também vestem os devotos de São Jorge nas missas e procissões. Coincidência? Não para quem acredita na energia que une o céu e a terra por meio da fé.

 

A cada 23 de abril, terreiros e igrejas se enchem de velas, rezas, espadas simbólicas, oferendas e pedidos. Nos terreiros, Ogum recebe feijoada, inhame, cerveja e flores. Nas igrejas, São Jorge recebe rosas, promessas e velas vermelhas. Mas, mais do que os rituais externos, é o sentimento interno que une as multidões: a vontade de seguir em frente, de não recuar diante das batalhas da vida.

 

Em tempos tão desafiadores, é reconfortante saber que temos guerreiros espirituais ao nosso lado — seja Ogum, seja São Jorge. Eles nos lembram que toda luta pode ser sagrada, desde que seja guiada pela ética, pela coragem e pelo amor ao próximo.

 

Por isso, durante esta semana dos guerreiros, direcione sua fé com confiança. Escolha o seu altar — seja ele o do Orixá ou o do Santo — e se fortaleça com a proteção de quem nunca abandona um filho em batalha.

Saudemos: Ògún ìyè! Salve Jorge! Que venham as vitórias.

 

Axé para todos!

 
 
 

Comments


WhatsApp-icon.png

Todos os Direitos Reservados a Paulo de Oxalá

R. das Laranjeiras, Rio de Janeiro - RJ

+55 (21) 2556-9009

+55 (21) 99400-7107

paulodeoxala@uol.com.br

Tags: Babalorixá, Simpatia, Búzios, Tarot e numerologia

  • Instagram ícone social
  • YouTube Social  Icon
  • Facebook Basic Square
bottom of page