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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Vivendo o axé do poder feminino no primeiro sábado do ano


O poder das Yabás sobre o mundo


A força das águas sagradas das Yabás

 

O poder feminino é uma força que se espalha e se expande por toda a natureza, e é abençoado pelas àwọn Àyaba (Yabás), as Mães Rainhas, divindades que governam as águas e sustentam a vida no mundo. No sábado, dia dedicado à força feminina, celebramos essas entidades sagradas, que são lideradas por Yemọja (Yemanjá) e Ọ̀ṣun (Oxum), e reverenciamos a beleza, a força e a sabedoria que elas representam.

 

Cada uma dessas Mães Rainhas possui um rio, uma fonte de água que simboliza sua energia vital. Os rios, mares, lagos e cachoeiras associados a cada uma delas são como os canais através dos quais sua energia flui, trazendo fecundidade, proteção, cura e abundância. Segundo os mitos, as Yabás foram rainhas, guerreiras, princesas e mulheres especiais, que, em sua sabedoria, assumiram o papel de protetoras e cuidadoras do mundo. Elas são mães divinas, que cuidam de nós com carinho, orientando e fortalecendo nossa jornada, especialmente quando nos sentimos frágeis ou perdidos.

 

O poder da maternidade está intrinsecamente ligado ao poder das Yabás. Elas são responsáveis pela criação, pelo cuidado e pela generosidade, mas também pela sabedoria e coragem necessárias para enfrentar as adversidades da vida. Assim como uma mãe que alimenta e cuida de seus filhos, as Mães Rainhas nos oferecem consolo e confiança para enfrentarmos os desafios que surgem em nosso caminho. Elas nos guiam, com suas palavras de encorajamento, para construir uma vida de respeito, amor e harmonia.

 

Orixás como Ọ̀ṣun (Oxum), que é a senhora das águas das cachoeiras, rios e fontes, governam a fecundidade, o nascimento e o desenvolvimento das crianças. Para ela, a gravidez é um dom sagrado, e sem sua bênção, a vida não se renova. Oxum é a guardiã do líquido amniótico, a água que envolve e protege o bebê no ventre materno, e é ela quem cuida das crianças desde sua gestação até que elas alcancem a maturidade. Sua energia é uma fonte de vida e continuidade, e sem seu olhar atento, não haveria renovação no mundo.

 

Yánsàn (Yansã), a divindade dos ventos e tempestades, também é uma grande mãe. Ela protege as crianças e é responsável por afastar as energias negativas, utilizando a força dos ventos para garantir o bem-estar de todos. Sua relação com a maternidade é profunda, e o mito que conta sobre ela ser mãe de nove crianças, reflete o poder de sua fecundidade e sua força protetora. Yánsàn é uma guerreira, que enfrenta as tempestades e as dificuldades da vida com coragem e determinação.

 

Nanã, a sábia ancestral dos Orixás, é a guardiã do conhecimento. Ela nos instrui sobre as leis da vida e da natureza, nos preparando para enfrentar o mundo com sabedoria. Sua conexão com as águas lodosas e tranquilas simboliza o aprendizado que surge do silêncio, da paciência e da compreensão.

 

E, claro, Yemọja (Yemanjá), a Rainha das Águas, que é mãe de muitos Orixás e protetora das famílias, é uma das figuras mais reverenciadas. Sua energia acolhedora e generosa envolve todos os seres, como as águas do mar que nutrem e sustentam a vida. Em seu seio, todas as existências encontram abrigo e renovação.

 

Essas divindades femininas são a base de nossa sabedoria ancestral, e elas nos ensinam que a maternidade vai além da biologia: ela é uma força cósmica, que conecta todos os seres humanos à terra, às águas e ao céu. As Yabás nos ensinam que, através do amor, da proteção e da generosidade, podemos vencer as dificuldades da vida e transformar o mundo ao nosso redor.

 

Assim, ao celebrarmos o sábado, dia dedicado ao poder feminino, louvamos a força das Mães Rainhas, cujos rios e águas sagradas fluem para nos guiar e proteger.


Kíkí ọjọ́ àbémẹ́ta agbára obìrin aya! Kíkí àwọn Àyaba! (Salve o sábado, dia do poder feminino! Salve as Mães Rainhas!)


Axé para todos!

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